quinta-feira, novembro 20, 2008

Festivaleiros na Avenida da Liberdade

Um calor abrasador; suor; 10 pessoas numa pão de forma a cair aos bocados mas com umas pinturas bem à maneira e um rádio comprado num monhé qualquer no Martim Moniz com reggae old school, cheio de boas vibrações, a rebentar; pranchas de surf presas na capota e ainda um cão com rastas...
O cenário está montado, as mochilas estão prontas e os colchões e sacos de cama amontoam-se na bagageira. O desejo apenas de estar com os amigos, ouvir boa música e curtir umas ondas parecem ser mais do que suficientes para uma viagem alucinante até a um festival qualquer...vamos lá!


Alto aí...recapitulemos.
Esqueçamos as rastas do cão e as pranxas, o suor e a poeira do estacionamento. Tudo bem, podemos levar a pão de forma pra dar nas vistas, mas estacionamos ali na avenida da liberdade, ou então no Rato ou no Príncipe Real pra depois ainda passar pelo Bairro.

Não, este não é um festival como os que costumamos ir, e não está um calor abrasador, não há ondas mas vai lá estar toda a gente e a música é boa.
Pois é, que se lixe, vamos lá ao super bock em stock, esta nova e diferente versão dos festivais de verão. As atracções vão ser muitas e para todos os gostos, desde o jazz vivido intensamente por um nigger que mais parece mc com uma actuação calorosa e vibrante chamado José James, ao reggae jamaicano e potente de Tanya Stephens, passando por nomes como Santogold e um leque variado de sangue novo português.
Já falta pouco...e os dois dias vão ser de muita correria pela Avenida da Liberdade, a saltar de concerto em concerto com o copo na mão. No fim, algumas coisas são garantidas, um festival diferente mas muito divertido; amigos, e uma bebedeira valente com o estômago cheio de super bock em stock. Parece-me bem...



terça-feira, novembro 18, 2008

LISBOA

«Lisboa é: uma mulher vadia, um velhote a jogar à batota, uma criança a tocar acordeão no metro, uma ponte que mudou de nome, um rio que sabe a sal, passeios onde os saltos altos se enfiam, drogados em miradouros soalheiros, cheiro a peixe, obras sem fim, várias línguas, ovos cozidos em pratos de sal, pescadores bizarros, roulotes suspeitas, iscas com batatas fritas, restaurantes caros, templos religiosos, igrejas queimadas, estátuas ligeiras, jardins escondidos, namorados assanhados, fruta doce, bebidas alcoólicas, feiras e ladroagem. Lisboa cheira, come, dorme, canta, grita e beija. Lisboa é trendy, sofisticada, ordinária, culta, rainha e reles. Conseguem descrevê-la melhor?!..»


TEXTOS ANTIGOS

RENASCER

Rimos, olhámo-nos,
abraçámo-nos, segredámos,
trememos; abraçámo-nos de novo,
beijámo-nos.

Chorámos, debatemo-nos,
passámos frio, fome, sede;
dormimos ao relento.

Vimos a lua, o céu e as estrelas;
observámos lentamente o colorir da tela em tons magníficos,
a bruma esbater-se;
Vimos a luz mais bela.

Rimos de novo, conversámos,
mergulhados no encanto um do outro;
observámos subtilmente cada pedacinho de alma,
sorrimos cúmplicemente,
descobertos de qualquer medo ou insegurança.

Por fim, suspirámos,
estremecemos,
adormecemos.

Renascemos...

quarta-feira, novembro 05, 2008

DIE BRÜCKE


Aos 22 anos, Ricardo, poderia ter enveredado por muitos caminhos: desde a música às artes plásticas, passando pela fotografia ou o estudo de psicologia, pelo seu fascínio pelas pessoas e os seus hábitos, e pelo bulício. Contudo descobriu a sua vocação na comunicação, e depois no design, nos briefings e na adrenalina de trabalhos com prazos curtos; na transmissão de conceitos captados através de um olhar mas que ficam na memória.

Persistente e determinado, terminou este ano a licenciatura em design de comunicação e fez um estágio curricular, onde consolidou os seus conhecimentos e desenvolveu o seu espírito critico, profissional e de equipa.

E o futuro??

-Na verdade, o futuro começou ontem, e o interesse pela minha área e pela publicidade, pela gestão de marcas e a comunicação das mesmas, são um interesse a desenvolver e que tenho interesse em prosseguir.

Esta poderia ser, sem dúvida, a história de vida de tantas outras pessoas, pessoas banais que languidamente deambulam pela cidade em busca do seu sonho, que têm objectivos, pessoas que existem e necessitam de oportunidades.

Mas quais serão as oportunidades para pessoas com objectivos, quais as portas que se abrem para estas pessoas neste país?


É em busca de estas e outras questões que continuaremos à espera. Ricardo continuará com os seus sonhos e desilusões, talvez acabe por perder aquilo que o faz ser diferente: os seus objectivos, a sua determinação, o seu inquietamento, a sua vontade...Ou talvez vá à luta, quem sabe?!


Agora pare, pense. Será este o futuro que queremos para a nossa emergente geração?